Contemplado no consórcio com o nome sujo: o que fazer?
Pessoas com restrições em seu nome podem acabar tendo dificuldades em obter a carta de crédito de forma antecipada.
O consórcio acaba sendo uma das formas de compras parceladas mais utilizadas pelos brasileiros. Mesmo ficando atrás da opção de financiamento, essa é uma modalidade muito interessante especialmente para quem consegue ou pode fazer a compra de uma forma mais planejada.
Nessa modalidade, os pagamentos acontecem de maneira antecipada, com os clientes definindo um determinado valor de parcela, que vão formando uma poupança coletiva. Ao final do prazo de pagamento, o cliente consegue obter a carta de crédito no valor definido no momento da contratação, o que permite a aquisição do bem em questão.
Mas um dos grandes atrativos do consórcio, além de ser uma forma de fazer com que as pessoas guardem dinheiro para a compra de um determinado bem de uma forma mais eficiente, é a possibilidade de contemplação de forma antecipada. Com isso, basicamente os clientes conseguem adquirir um determinado bem antes de finalizar o pagamento.
Os consórcios atualmente oferecem, de forma resumida, basicamente duas formas de contemplação antecipada: a primeira delas é através dos sorteios que acontecem mensalmente, nos quais participam os integrantes de um determinado grupo, sendo todos com as mesmas chances. E a segunda forma é o sistema de lances livres, uma espécie de leilão.
A partir do momento que o titular do consórcio consegue ser contemplado em qualquer uma das modalidades, ele passa a ter direito de receber a carta de crédito com todo o valor previsto em contrato. Mas as parcelas seguem sendo pagas, com a vantagem de não incidirem juros do financiamento nelas.
O problema é que, a partir do momento que existe essa operação de antecipação da carta, mesmo sendo através do sorteio ou seja através do lance livre, as pessoas acabam assumindo o compromisso de seguir com os pagamentos. Nesse momento, existe um risco que acaba sendo assumido pela administradora dos consórcios, e que pode impactar todos os participantes de um determinado fundo, já que a falta desse dinheiro pode impactar todos eles.
E, de acordo com as leis e regras que são utilizadas para os programas de financiamento, nesse momento as administradoras do consórcio podem fazer uma análise de risco, incluindo a verificação se o nome do cliente consta ou não nos cadastros de proteção ao crédito, como SPC ou Serasa.
Estando com o nome sujo, grande parte das administradoras não liberam essa carta. Mas o que fazer nesse caso?
Como funciona o consórcio?
O consórcio pode ser considerado como um dos primeiros modelos de compra coletiva que realmente conseguiu se estabelecer como um produto financeiro consolidado, diferentemente de outras tendencias que surgiram mais recentemente e que estavam muito mais relacionadas a iniciativas de empresas do segmento de tecnologia.
Basicamente um consórcio é criado a partir da formação de um grupo de pessoas que colaboram, através dos pagamentos mensais, para uma espécie de poupança que tem como principal objetivo possibilitar a compra de determinados produtos ou determinados serviços.
Os grupos formados acabam reunindo somente pessoas que possuem o mesmo objetivo com o consórcio, que são aquelas interessadas em adquirir uma carta de crédito deum valor específico dentro de um determinado plano de meses. O dinheiro reunido nesse fundo permite o financiamento das cartas de crédito, especialmente aquelas que são antecipadas.
Os consórcios acabam sendo administrados por empresas que possuem, nos seus registros, as devidas autorizações que permitem com que elas lances novos grupos. Como esse é um tipo de produto financeiro, normalmente as empresas que trabalham com esse tipo de venda são aquelas que já atuam na área, como bancos ou até mesmo seguradoras.
Principais tipos de consórcio
Os consórcios acabam sendo definidos basicamente a partir da finalidade pela qual ele é criado. Existem diferentes tipos de contratos que podem ser encontrados no mercado brasileiro, incluindo alguns deles que acabaram se tornando mais famosos:
Imóveis – O consórcio de imóveis acaba sendo criado com o objetivo de facilitar a compra, por parte dos clientes, casas, apartamentos, terrenos e imóveis que são destinados para finalidades comerciais de uma forma geral;
Automóveis e outros veículos – Outro tipo de consórcio que acaba sendo muito comum e encontrado nas empresas administradoras com uma certa facilidade é aquele destinado a compra de veículos de uma forma geral. Além dos carros, existem cartas de crédito destinadas para compra de motos, vans, caminhões e também outros tipos de veículos para as mais variadas finalidades;
Eletrônicos – Na década de 90, era muito comum encontrar consórcios que eram feitos para a venda de eletrodomésticos de uma forma geral, já que esses eram itens que estavam se tornando mais populares, mas ao mesmo tempo eram mais caros e nem sempre os clientes tinham acesso ao financiamento. Hoje em dia existem consórcios de eletrônicos, destinados a compras de smartphones, computadores, videogame, dentre outros.
Serviços – Nos últimos anos também acabou se tornando mais comum a oferta de consórcios que são destinados a compra de determinados serviços, que não se convertem necessariamente na compra de bens, mas que podem ter até mesmo valores mais elevados. São exemplos consórcios de viagens, de procedimentos estéticos, dentre outros.
Custos envolvidos no consórcio
Uma das grandes vantagens do consórcio quando comparado com o financiamento, que também é um tipo de compra parcelada, é o fato dele ser mais barato. Os juros e as taxas que são cobradas nos financiamentos feitos no Brasil, especialmente de bens como imóveis e veículos, acabam sendo muito elevados, em função de uma série de características da nossa economia. E isso faz com que, muitas vezes, os juros que incidem sobre carros e imóveis praticamente dobrem o valor dos bens.
Já o consórcio acaba não tendo a cobrança dos juros propriamente dito, mas existem algumas taxas que acabam sendo incorporadas aos pagamentos, até mesmo para que as administradoras consigam obter algum tipo de lucro e custear a operação de uma forma geral.
Confira os principais custos que fazem parte do plano de contratação de um consórcio:
- Parcelas – Esses são os valores finais que serão cobrados do cliente a partir do momento que ele aceita uma condição de consórcio. Nesse valor acaba sendo incorporado ao valor da parcela da carta de crédito os valores cobrados para a prestação de serviço;
- Taxa de administração – Já essa taxa acaba sendo cobrada do cliente pela empresa administradora e que tem como principal finalidade financiar a operação de uma forma geral, incluindo o dinheiro necessário para administrar os grupos, manter uma operação comercial, etc;
- Seguro – Esse acaba sendo um valor que pode ser cobrado em determinados planos de consórcio, mas que não necessariamente é um valor que estará presente em todos os contratos. Ele visa proteger os consorciados em situações imprevistas como desemprego, falecimento ou invalidez;
- Fundo de reserva – Já esse valor acaba surgindo como uma contribuição dos próprios consorciados que tem como principal objetivo manter a estabilidade financeira do grupo de uma forma geral. sse fundo é utilizado para cobrir possíveis inadimplências ou desistências dos participantes, sendo diluído nas parcelas do consórcio e variando geralmente de 1% a 5% do valor da carta de crédito.
Pode fazer consórcio com o nome sujo?
Uma dúvida que surge a partir do momento que os clientes acabam tendo interesse de fazer um consórcio mas sem que as pessoas tenham conhecimentos relacionados a operação de uma forma geral, está no fato da pessoa com nome sujo ter a possibilidade de fazer consórcio ou não.
No primeiro momento, quando elas assinam o contrato e passam a contribuir com um determinado grupo de consórcio, essas pessoas não passam por qualquer tipo de consulta em relação ao SPC ou Serasa. E isso permite com que as pessoas que tenham nome sujo possam fazer esse tipo de financiamento.
Mas, a partir do momento que o cliente recebe a carta contemplada de forma antecipada, existe um procedimento de consulta ao nome, e isso pode impedir até mesmo que a administradora libere a carta de crédito com o valor contratado.
O que acontece com o cliente que está com o nome sujo e ganha direito a antecipação da carta?
Como mencionado anteriormente, até o momento da antecipação da carta de crédito, o consórcio funciona como uma poupança, com as pessoas colocando dinheiro até atingir o valor solicitado, removendo todas aquelas taxas que foram citadas anteriormente. Ao final do plano, com todos os pagamentos feitos, o cliente também pode ter acesso a carta.
Mas, a partir do momento que o consorciado ganha o direito de obter a carta antecipada, ele passa a ter uma relação diferente com a seguradora. O que antes era uma espécie de poupança, agora passa a ser praticamente uma compra financiada, com os clientes tendo acesso ao bem de forma antecipada, mas seguindo pagando as parcelas com os mesmos valores.
Ao assumir esse risco de inadimplência, que interfere no grupo de uma forma geral, a administradora pode se recusar a fornecer a carta para os clientes que estão com o nome sujo, pois, na prática, isso basicamente passa a mensagem de que aquele cliente pode não ser um bom pagador.
Essa é uma informação que dificilmente aparece nos materiais promocionais utilizados para vender o consórcio para os clientes, mas deve estar presente nas condições gerais do consórcio, assinadas no momento da contratação.
Nesse caso, o cliente pode ter um prazo para conseguir regular sua situação e ter acesso a carta de crédito de forma antecipada. Esse prazo acaba sendo definido por cada uma das administradoras. Essa informação deve ser fornecida no contrato.
Agora, caso o cliente não consiga regularizar sua situação, ele pode seguir pagando as parcelas e voltam a ter a chance de ter sua carta contemplada de forma antecipada.