Posso vender meu consórcio? Entenda como é feita essa operação

O consórcio é um método de compra de bens e serviços que permite que as pessoas consigam parcelar o valor total da operação sem os juros que normalmente acabam sendo cobrados dos financiamentos. Mas o seu formato é basicamente o de uma compra programada, com os cotistas tendo um objetivo no início e tendo que seguir esse plano ao longo de muitos anos.

E mudanças e problemas acontecem na vida das pessoas, e nem sempre os cotistas conseguem seguir fazendo o pagamento das mensalidades em busca da sua carta de crédito. E mesmo depois que uma determinada carta acaba sendo contemplada antecipadamente, os consumidores podem ter problemas, não conseguindo dar continuidade com os pagamentos.

Nesse caso, surge a dúvida: é possível vender cotas ou cartas de crédito de consórcio? Entenda como funciona esse tipo de operação que pode ser utilizada tanto por quem quer desistir do negócio quanto por quem deseja utilizar o consórcio como uma opção de investimento.

É possível vender um consórcio?

A resposta é sim. As pessoas interessadas em desistir do negócio ou simplesmente repassar uma determinada carta ou cota para outra pessoa com o objetivo de obter algum lucro podem realizar uma operação de transferência.

Principais vantagens de vender um consórcio

Para as pessoas que possuem um consórcio em sua posse, esse é um tipo de investimento que possui o que é chamado de baixa liquidez. Ou seja, acaba sendo muito demorado convertê-lo em um bem ou em dinheiro, uma vez que as pessoas dependem que essa carta seja devidamente contemplada.

Por isso, caso a pessoa esteja passando por algum tipo de problema financeiro, ou então queira ganhar dinheiro de uma forma mais rápida, existem algumas vantagens interessantes na venda da cota:

Liquidez mais rápida – Diferentemente de outros investimentos que permitem que as pessoas resgatem a qualquer momento, inclusive tendo acesso a algum retorno que o investimento gerou nesse período, a venda de um consórcio pode gerar a liquidez imediata, com as pessoas tendo acesso diretamente ao valor.

Redução das responsabilidades financeiras – Ao adquirir uma cota e assinar um contrato de consórcio, as pessoas acabam assumindo a responsabilidade de continuar realizando os pagamentos, até mesmo para contribuir com o fundo comum, que financia a antecipação das cartas de crédito para todos os participantes. Isso se torna um compromisso financeiro, semelhante a uma conta que deve ser paga mensalmente. Ao vender o consórcio, as pessoas deixam de ter esse compromisso.

Evita perdas maiores – Ao deixar de pagar um consórcio e tentar cancelar a cota com o grupo ainda em andamento, as pessoas acabam tendo que lidar com uma série de problemas, incluindo a perda do valor pago até o momento e até mesmo o pagamento de multas. Ao vender essa cota antes da situação chegar nesse ponto, as pessoas conseguem reduzir os seus compromissos financeiros.

Desvantagens da venda do consórcio

Já a principal desvantagem da venda de uma determinada cota de consórcio acaba sendo basicamente uma possível perda de valores. Normalmente as pessoas que vendem consórcios em andamento acabam tendo que oferecer a cota por um valor menor do que ela pagou até aquele momento, já que o comprador terá que investir esse valor inicial e mais dar continuidade com o pagamento das parcelas.

Além disso, esses cotistas acabam perdendo a oportunidade de ter a sua carta contemplada, uma vez que essa, por sua vez, acaba normalmente sendo valorizada e permite até mesmo que o vendedor consiga algum lucro.

Como acontece a venda de um consórcio?

A venda de um consórcio acaba sendo basicamente um tipo de negócio realizado diretamente entre as pessoas que possuem a cota e aqueles que possuem interesse na compra. Existem algumas empresas e profissionais que atuam como intermediários, cobrando uma taxa na negociação.

Ao encontrar um comprador, o detentor da cota terá que realizar um processo de transferência de titularidade da cota. Esse processo é regulamentado pela administradora e deve seguir regras específicas para garantir a segurança tanto do vendedor quanto do comprador.

Algumas administradoras acabam atuando na definição do valor da cota, levando em consideração o percentual pago, saldo devedor e contemplação. Depois disso, esse negócio ainda precisa ser devidamente autorizado pela administradora, por meio de um contrato de venda.

Existem ainda algumas regras que precisam ser observadas. Por exemplo, para conseguir vender um consórcio em andamento, de acordo com as regras adotadas pelas operadoras, é necessário que ele já tenha pelo menos 30% do valor total quitado.