Dívidas atrasadas com financiamento: o que fazer?
Confira dicas e estratégias para conseguir resolver esse problema e evitar a perda do bem.
Os financiamentos se tornaram a principal forma de compra parcelada adotada pelos consumidores nos mais variados segmentos de produtos e serviços. Ele acaba sendo mais comum naquelas compras de valores mais elevados, como imóveis e veículos.
O financiamento e o parcelamento acabam sendo basicamente a mesma coisa. Mas, na prática, o parcelamento normalmente é feito a partir de uma linha de crédito que já esteja disponível para os clientes. Por exemplo, quando os clientes chegam em uma determinada loja com o seu cartão de crédito, eles já possuem um determinado limite liberado, que poderá ser utilizado em uma compra parcelada. Nesse caso, o parcelamento costuma ser mais restrito em termos de quantidade de parcelas, e ainda depende desse valo integral já estar liberado.
Já o financiamento acaba acontecendo a partir de uma lógica contrária. Antes de mais nada, os clientes escolhem o item que será comprado, com o seu respectivo valor. Depois, a loja vai buscar, em uma financeira ou em um banco, o valor daquele bem, que será repassado integralmente para o vendedor. E nesse momento o cliente assume uma dívida com essa instituição bancária, que vai cobrar as parcelas de acordo com o plano assinado.
Pelos financiamentos acabarem sendo mais longos, na grande maioria dos casos, justamente em função dos valores das compras que são mais elevados, muitas questões podem acabar acontecendo nesse meio do caminho. Os clientes podem, por exemplo, perder sua capacidade de pagamento ao longo dos anos, fazendo com que ele não consiga mais seguir pagando as parcelas.
Como conseguir ter um financiamento aprovado?
Tenha uma boa pontuação no score
Um dos fatores que mais pesam no momento que uma instituição financeira analisa o perfil do consumidor que está pedindo uma linha de crédito de financiamento para um determinado bem é o score nos órgãos de proteção ao crédito, como Serasa. Essa ferramenta consegue passar um panorama e um cenário mais preciso relacionado ao perfil daquele cliente.
Quando os clientes estão com um score mais alto, a chance de ser aprovado em um financiamento acaba endo bem maior de ser aprovado. O recomendado para financiamentos mais longos e de maior valor é que as pessoas tenham uma pontuação entre 700 e 1000 pontos.
Mantenha o seu nome limpo
Junto com um score elevado, é importante também que as pessoas tenham o seu nome limpo. Isso basicamente significa que as pessoas não possuem qualquer tipo de dívida ativa inscrita em seu nome. Apesar das duas coisas estarem atreladas, nem sempre elas estão acompanhadas de uma forma direta.
As dívidas inscritas em órgãos como o SPC e Serasa podem ser mantidas na base de dados dos negativados pelo período máximo de 5 anos a partir do momento que ela é inscrita. Nesse caso, mesmo depois do período máximo, se não houver pagamento, a dívida pode continuar existindo, mas ela não deve mais sujar o nome do cliente. Mas essas contas que ficam para trás ainda podem ter um impacto no score.
Aumente o valor de entrada
O valor de entrada pode acabar se tornando um fator muito importante para liberar o financiamento. São basicamente dois fatores que acabam tendo um fator muito importante dentro da solicitação do financiamento de uma forma geral: o valor que será financiado e a quantidade de meses que as pessoas terão que pagar.
A partir do momento que o cliente oferece um valor maior de entrada, o valor que será financiado será reduzido junto ao banco e também as instituições financeiras de uma forma geral. Com isso, a chance desse financiamento ser liberado acaba sendo muito maior.
Cuidado na hora de definir as parcelas
Na hora de definir as parcelas, é muito importante que as pessoas tomem alguns cuidados. Em um primeiro momento, pode ser interessante optar por um plano de que será finalizado em um período menor de tempo. Mas normalmente isso faz com que os valores das parcelas mensais aumentem. E o que importa, para a financeira, é justamente a capacidade de pagamento neste período.
Portanto, caso a financeira ou o banco acabe identificando que o valor da parcela está muito acima da capacidade financeira indicada na comprovação de renda, esse financiamento pode acabar sendo vetado. Existe até mesmo uma regra adotada pelas instituições financeiras que não podem lançar uma dívida que supere um determinado percentual da renda comprovada, que normalmente fica entre 30% e 40%.
Faça um seguro
Caso o cliente esteja com dificuldades para conseguir ter um determinado financiamento aprovado, pode ser interessante buscar algum tipo de seguro que oferece uma proteção para a instituição financeira, caso algum problema aconteça. Normalmente o valor cobrado pelo seguro acaba sendo incorporado ao valor das parcelas.
O que pode levar ao não pagamento do financiamento?
Existem diversos motivos que podem acabar levando a impossibilidade do pagamento do financiamento por parte do cliente que assume esse compromisso. Como citado anteriormente, esses são contratos de longo prazo, e quanto mais tempo passa, novas situações podem surgir na vida das pessoas.
Os juros elevados que são praticados no Brasil, para as mais variadas compras, acabam se tornando um fator muito importante. De fato, mesmo que as pessoas assumam um determinado compromisso e consigam até mesmo realizar o pagamento das primeiras parcelas, depois de um tempo pode ser que a realidade não seja a mesma.
A inflação também acaba sendo outro problema que influencia diretamente na inadimplência. As parcelas de financiamento costumam ser fixas ou então apresentar algumas variações que são definidas no momento da assinatura do contrato. Mas a inflação acaba fazendo com que os itens adquiridos ao longo do tempo fiquem mais caros. E quando os ganhos dos consumidores não acompanham esse crescimento, na prática as parcelas de financiamento acabam ficando mais pesadas no orçamento.
O que fazer quando as parcelas de financiamento atrasam?
A partir do momento que os clientes começam a ter problemas com o pagamento dos valores das parcelas dos financiamentos, existem alguns caminhos que podem ser tomados. Mas, antes de mais nada, é sempre importante ter noção do que pode acontecer a partir do momento que esses pagamentos não são feitos nos dias combinados.
Como estamos falando de bens que um alto valor agregado, como um imóvel ou um automóvel, a operação de financiamento acaba envolvendo uma outra operação chamada de alienação. Com isso, a financeira acaba se tornando uma espécie de “dona” do bem até o momento que o financiamento esteja devidamente quitado.
Com essa alienação, a partir do momento que as parcelas ficam em atraso, a financeira pode entrar com um pedido de bem e apreensão do item em questão, com o objetivo de reaver o valor que não foram pagos. Isso geralmente pode acabar sendo aplicado para bens como imóveis e também veículos.
Por isso, os clientes devem buscar algumas soluções para justamente conseguir encaminhar uma possível negociação. Confira algumas medidas que podem ser tomadas:
Solicitar uma renegociação diretamente com a instituição financeira
Antes de mais nada, as pessoas podem iniciar as tratativas de negociação com o banco ou com a instituição financeira que está fazendo as devidas cobranças. Somente dessa forma as pessoas vão conseguir encaminhar algum tipo de resolução que possa ser mais simples.
Os bancos e as financeiras, mesmo que, por vezes, acabem tomando medidas mais drásticas para conseguir reaver o dinheiro que ela possa perdido na operação, como a busca e apreensão, na verdade o maior interesse realmente é realmente receber esses valores. Por isso, pode ser interessante tentar buscar uma alternativa diretamente na empresa.
Os bancos normalmente contam com algumas possibilidades para tentar negociar os pagamentos, incluindo a redução no valor da taxa de juros que normalmente acaba sendo cobrada nesse tipo de contrato. Além disso, os bancos também conseguem alongar as parcela do crédito ou ainda liberar alguns meses de pagamento das parcelas, com elas indo parar no final do período.
Buscar empréstimos mais baratos
Uma outra forma de conseguir encaminhar uma possível solução para esse tipo de situação é busca no mercado algum tipo de linha de crédito que seja mais barata do que o financiamento, em termos de juros e taxas. Mas essa operação exige alguns cuidados.
Antes de mais nada, os clientes devem buscar esse tipo de solução antes que seu nome seja negativado em função dessa dívida, pois a partir desse momento que terá muitas dificuldades para conseguir obter qualquer outro tipo de linha de crédito, mesmo que seja em uma empresa diferente.
Um outro cuidado que deve ser tomado é em relação ao fato do consumidor estar assumindo mais uma dívida. Ou seja, ele vai tomar um empréstimo para quitar as parcelas que estão atrasadas, mas caso esse financiamento tenha continuidade, as pessoas terão que assumir o pagamento das parcelas e mais o pagamento desse novo empréstimo. Isso pode dificultar ainda mais a situação financeira.
Utilizar recursos do FGTS
Quando estamos falando de um financiamento feito para a compra de um determinado imóvel, existe uma solução que pode ser utilizada, que é a de buscar os recursos que estão depositados no Fundo de Garantia por empo de Serviço (FGTS).
De acordo com as regras de utilização do FGTS, esses valores podem acabar sendo utilizados para facilitar a compra da casa própria. Muitas pessoas acreditam que isso vale apenas para o momento da entrada. Mas o FGTS também pode ser utilizado para amortizar prestações. O valor disponível no fundo pode ser utilizado para pagar até 80% do valor das parcelas do financiamento, com o restante sendo pago pelo cliente a partir dos seus recursos pessoais.