Gastos de final e início do ano: confira quais são e como organizar as finanças

O final de ano é um momento no qual os trabalhadores acabam tendo acesso a um pagamento extra, que é o 13º salário. Esse é um dinheiro que não se torna apenas importante para o indivíduo e para sua família, como também para a economia de uma forma geral, com esses valores sendo aplicados, na grande maioria dos casos, nas compras de itens de consumo, bens duráveis e serviços.

Mas boa parte desse dinheiro também acaba sendo utilizado, em muitos casos, para o pagamento de contas. E, junto com essa notícia boa, que é o pagamento do salário adicional, as pessoas também acabam tendo algumas notícias ruins, com a chegada de determinadas contas que pesam no orçamento.

São contas que surgem de diversas formas, começando pelo pagamento de alguns impostos, que normalmente acabam sendo cobrados anualmente e que chegam para os contribuintes no mês de dezembro, mas com a possibilidade de fazer o pagamento ao longo dos meses do ano seguinte, como IPTU e IPVA.

Além disso, também existem algumas outras cobranças que estão relacionadas com determinados serviços que as pessoas utilizam, incluindo aquelas que estão diretamente relacionadas a serviços utilizados por outras pessoas da mesma família, incluindo matrículas de escolas e universidades, por exemplo, ou ainda renovação de determinados seguros.

E quando não existe uma previsão e um preparo justamente para que esses pagamentos sejam feitos da melhor forma possível, à vista e com descontos, muitas pessoas já se enrolam, acumulando dívidas que se juntam a outras que vão sendo feitas ao longo do ano.

Para ajudar na organização financeira e no planejamento de um orçamento, saiba quais são as contas mais comuns que normalmente aparecem no final e no começo de cada ano.

IPTU

Essa é a sigla para o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) que incide de uma forma direta sobre imóveis e terrenos urbanos, sejam eles residenciais, comerciais. Basicamente é um imposto que as pessoas precisam pagar a partir do momento que elas vão adquirindo essas propriedades.

Uma das principais características desse imposto é o fato dele ser um tributo municipal. Com isso, a cobrança dele acaba sendo de completa responsabilidade da prefeitura de cada cidade, que define a alíquota que vai incidir, bem como a forma de cálculo, os valores de descontos que podem ser ofertados para determinados tipos de cidadãos e também o calendário de pagamento do mesmo.

De acordo com a lei que versa sobre o tema, os valores que são recolhidos com a cobrança do IPTU devem ser destinados a melhorias da estrutura das cidades de uma forma geral, especialmente bens e serviços que costumam ser utilizados pelos moradores a partir do momento que eles saem do interior dos seus imóveis e terrenos, tais como pavimentação, iluminação e saneamento básico.

Para chegar ao valor final do IPTU que será cobrado de um determinado contribuinte, existem alguns fatores que devem ser levados em consideração, incluindo o valor venal, que é definido pela prefeitura e corresponde ao valor estimado do imóvel no mercado. E também existe a cobrança de alíquota, que é definida pela administração pública e que incide justamente sobre o valor venal.

Normalmente as prefeituras definem uma data limite do pagamento do imposto à vista, com desconto, ou então parcelam o valor ao longo dos meses seguintes.

IPVA

Outro imposto que normalmente acaba sendo cobrado ao longo do mês de dezembro dos contribuintes, mas que também pode ser pago ao longo dos anos seguintes, é o IPVA. Ele funciona de uma forma muito parecida com o IPTU, com a diferença de incidir diretamente sobre os veículos. Portanto, proprietários de automóveis, motos, caminhões e outros veículos terrestres recebem esses boletos.

Uma outra diferença importante desse imposto está no fato dele ser de responsabilidade do governo do estado. Portanto, são as administrações estaduais que definem a alíquota que será cobrada em cada ano, bem como a política de descontos e também o calendário de pagamentos, bem como a possibilidade de parcelamento.

A alíquota do IPVA acaba também sendo calculada a partir de uma informação considerada como a média do valor do veículo no mercado. Mas, nesse caso, temos a tabela FIPE que entra como a principal referência.

Além dos descontos que podem ser oferecidos para os motoristas que conseguem ter bom comportamento no trânsito ao longo de um determinado período, ou então para aqueles que registram o número do seu CPF nas notas fiscais, existem algumas isenções que estão previstas em leis, incluindo veículos adaptados para pessoas com deficiência e também aqueles carros que possuem mais de 15 ou 20 anos de fabricação, variando para cada estado.

Imposto de Renda

Esse imposto não é cobrado no final do ano como os demais, normalmente aparecendo mais para o final do primeiro semestre. Mesmo assim, o mês de dezembro marca o final do ciclo que é levado em consideração para o pagamento dos valores que serão declarados no ano seguinte. Além disso, muitos contribuintes que parcelam o pagamento desse imposto acabam assumindo as parcelas ao longo de um bom período.

O IR é um imposto calculado a partir da renda obtida e devidamente declarada pelo contribuinte ao longo do ano anterior. Nesse caso, são levadas em consideração todas as fontes de renda. E existem diversos descontos e abatimentos que podem ser feitos no imposto, o que pode resultar, em determinados casos, até mesmo na devolução de determinados valores.

Esse é um imposto de âmbito federal, definido diretamente pela Receita Federal. As regras mudam praticamente todos os anos, especialmente com a atualização da faixa de isenção, que faz com que alguns brasileiros não precisem declarar IR, desde que recebam até esse valor.

Gastos com festas de final de ano

Qualquer planejamento financeiro que se preze a, de fato, conseguir retratar a realidade financeira de uma pessoa ou de uma família, deve levar em consideração aquelas despesas que surgem em determinados períodos e que acabam se tornando fora da média de gastos que normalmente são registrados no ano.

O mês de dezembro possui duas datas que acabam fazendo com que as pessoas gastem mais dinheiro do que na média dos meses anteriores: o natal e a virada do ano. Ambas são ocasiões festivas, que cada uma com suas particularidades e também com as suas devidas tradições.

Mesmo que não sejam gastos que podem ser considerados como obrigatórios para as pessoas de uma forma geral, eles, na realidade, acontecem, sendo bastante difícil passar o mês sem ter que gastar com a compra de determinados presentes ou então nos alimentos e nas bebidas que normalmente são consumidos nas ceias e festas.

Nessa categoria temos alguns grupos de gastos que devem ser levados em consideração no planejamento financeiro, incluindo:

Presentes de natal – Incluindo todos os presentes que são cobrados para as pessoas mais próximas da família, bem como os presentes distribuídos em situações como amigos secretos e outras reuniões e festas, bem como lembrancinhas de uma forma geral.

Comida – As ceias, tanto de natal quanto da virada do ano, possuem alguns alimentos que se tornaram tradicionais e que normalmente as pessoas consomem. E eles costumam ficar mais caros justamente nesse período, em função da grande demanda. Por isso, a conta costuma ser um pouco mais cara do que em outras situações parecidas ao longo do ano;

Bebida – Ambas as datas são consideradas festivas, e isso faz com que o consumo de bebidas, especialmente as alcoólicas, aumente consideravelmente. Além disso, como essas festas acontecem, no Brasil, durante o verão, o consumo de bebidas não alcoólicas também aumenta.

Viagens e passeios

Para muitas pessoas, o período de final de ano e começo do ano seguinte costuma ser utilizado como férias ou recesso. Além disso, normalmente esse período também coincide com o começo das férias escolares de verão no Brasil, período de maior descanso para os alunos e que acaba interferindo diretamente na vida das famílias em geral.

Com isso, muitos acabam organizando, nesse período, passeios e também viagens para todos. E esse deve ser um gasto que deve não apenas ser previsto em um orçamento, como também limitado, de acordo com a atual situação financeira dos responsáveis pelo sustento da família, bem como dos objetivos e das prioridades.

Nos custos das viagens e dos passeios acabam entrando tudo aquilo que sai da rotina e da normalidade de uma pessoa ou de uma família. Além daqueles gastos que são considerados como os mais óbvios, como hospedagem e transporte, também existem gastos com alimentação, deslocamentos no local, ingressos, etc.

Parcelas acumuladas

Por último, as pessoas também devem aproveitar o momento para conseguir ter a real dimensão de como anda sua saúde financeira. E isso inclui lidar com todas as parcelas que acabaram se acumulando para o final do ano, incluindo aquelas que, se for o caso, acabaram ficando para trás em função de algum problema financeiro no período.

Nessas parcelas devem ser incluídas todas as contas que foram feitas com as compras no ano, incluindo aquelas que foram parceladas nos cartões de crédito ou aquelas que foram adquiridas com determinados tipos de financiamentos. Além disso, também devem ser somadas aquelas compras feitas mais recentemente e que também podem impactar o orçamento do começo do ano.

Por exemplo, muitas pessoas compram os mais variados itens durante a Black Friday, que acontece na última sexta-feira de novembro, mas que normalmente se estende por alguns dias. E essas compras, quando feitas no cartão de crédito ou através de algum tipo de financiamento, normalmente começam a ser cobradas em janeiro e fevereiro, diminuindo a quantidade de dinheiro disponível para as festas ou para as viagens e passeios.